- Área: 180 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Richard John Seymour
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Fabricantes: BRUMA, Berker, CIN, DCW EDITIONS, Escenium HAUS, Jieldé, STONEWOOD, Sanindusa, Sapa Building System International NV, TECHNISTONE, VELUX Commercial, Viega
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situado num bairro consolidado da cidade de Lisboa, o apartamento em questão ocupa os dois últimos pisos de um edifício, beneficiando de um sistema de vistas que a nordeste é dominada por uma paisagem eminentemente urbana e a sudeste se relaciona, por sua vez, com as densas copas de árvores que habitam um jardim centenário.
A posição estratégica do apartamento face à envolvente em articulação com a reflexão sobre o espaço doméstico motivou assim os seguintes princípios de intervenção:
:: Readequação programática em função da exploração das noções de transversalidade, atravessamento visual, comunicabilidade e continuidade entre espaços;
:: Organização do programa através de uma lógica distributiva que distingue áreas sociais [terraço, sala de estar, jantar, biblioteca, cozinha], áreas de serviço [lavandaria, i.s social, acesso vertical] no piso 0, e área privada [quartos] no piso 1;
:: Concentração de infraestruturas, equipamentos e arrumos em paredes e núcleos funcionais, libertando o espaço numa lógica de planta livre;
:: Intensificação da relação entre interior e exterior através do redesenho dos vãos;
:: Uso de materiais que reforçam a luminosidade dos espaços através do uso extensivo da cor branca em articulação com a madeira do pavimento e os mosaicos cerâmicos do terraço;
:: Introdução do elemento natural - vegetação - como elemento importado do jardim centenário e reinventado no espaço doméstico;
ELEMENTOS DO ESPAÇO
A GRANDE PAREDE
Inscrita na lógica de criação de um único espaço vivencial, a grande parede equipada/parede funcional (onde se concentram equipamentos, arrumos etc.) serve de cenário, de fundo operativo à ação variante do espaço social.
Mutável na sua condição de uso e apropriação, a grande parede com os seus 11,5 metros de comprimento potencia interacções diversas e diferentes hierarquias entre espaços.
Painéis que se abrem para revelar a escada ou por outra se fecham para privatizar o núcleo de quartos, painéis que se abrem no momento de cozinhar e se fecham quando a cozinha se converte em espaço de trabalho, painéis que se estendem ou recolhem na espessura do armário para individualizar espaços, são assim geríveis a partir deste elemento estruturador e unificador do espaço.
O TECTO
Se a grande parede assegura no plano vertical a continuidade do espaço, também o desenho do teto contribuiu para essa noção de prolongamento e unificação do mesmo.
O ritmo das vigas que perfazem o plano horizontal da área social, reforça assim o desejo inicial e intuitivo de criação de uma grande nave que atravessa a profundidade total do apartamento e se deixa atravessar por diversos ambientes, usos e ações.